sábado, 9 de junho de 2012

Faltam leitos nos hospitais privados

A crise da saúde em Natal não está restrita à rede pública de saúde. Em tempos de epidemia de dengue e de muitos casos de viroses e resfriados, os pronto-socorros dos hospitais privados também encontram dificuldades para dar conta da demanda. Em muitos hospitais particulares, o público não consegue ser atendido quando procura atendimento, inclusive quando há convênio com planos de saúde. Segundo especialistas da área, há falta de leitos na capital inclusive na rede privada.
Alex RégisJeancarlo Cavalcanti afirma que há falta de leitos na rede privadaJeancarlo Cavalcanti afirma que há falta de leitos na rede privada

"Existe uma deficiência na rede privada que em alguns casos não consegue internar pacientes. Não são todos, mas acontece", diz Jeancarlo Cavalcanti, presidente do Conselho Regional de Medicina. "O número de leitos nos hospitais privados não acompanhou o aumento da demanda por saúde suplementar. O mercado de saúde suplementar cresceu bastante nos últimos anos e os hospitais não conseguiram acompanhar esse crescimento", complementa. Saúde suplementar é o termo técnico para designar o atendimento via plano de saúde.

Embora tenha sido registrado uma diminuição do ritmo de crescimento no ano passado, o mercado de planos de saúde continua em expansão. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde, foram contabilizados, em dezembro de 2011, 47,6 milhões de vínculos de beneficiários de planos de assistência médica. O crescimento de 4,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior é bem inferior ao observado entre dezembro de 2009 e dezembro de 2010 (8,5%). Em termos absolutos, há mais de 47 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil, segundo o Caderno de Informação da Saúde Suplementar, publicado pela ANS em março desse ano.

O diretor do Hospital do Coração, Elmano Marques, afirma que a dificuldade de oferecer leitos em Natal não é generalizada nos hospitais privados. Segundo o pneumologista, há falta de leitos somente em épocas de aumento de uma doença específica, como é o caso atualmente da dengue, e em algumas áreas. "Se houvesse uma crise generalizada, os hospitais estariam lotados o ano inteiro, o que não acontece", diz. Entre as áreas com maior dificuldade, estão a pediatria e a obstetrícia. "Não existe uma deficiência no que diz respeito a leitos em geral", complementa. 

Nas últimas semanas, a ocorrência de muitos casos de dengue e viroses tem congestionado os hospitais privados da cidade. O fenômeno, constatado por profissionais de saúde, é causado, em primeiro lugar, pela epidemia de dengue em curso no Estado. Além disso, essa época do ano, quando aumenta a quantidade de chuva, é propícia para o contágio com viroses, por conta da umidade relativa do ar.

Hospitais públicos

A superlotação também é percebida na rede pública, por conta da dengue e das viroses. No hospital dos Pescadores, o atendimento de urgência e emergência conta com 25 leitos sendo 12 para pacientes que ficam em observação.  Quem chega com virose não fica internado, permanecendo no hospital o tempo necessário para realizar exames e o médico averiguar melhor qual o problema. Tentar diagnosticar a dengue é uma preocupação. "Nessa época, tem uma demanda maior de viroses por causa das mudanças climáticas", disse a diretora Elisama Batista. 

A maior parte do atendimennto - cerca de 80% - é de idosos, afirmou Elisama. Ela disse que não tem números sobre o caso de viroses,  mas estima em 20% o aumento do atendimento No caso da dengue, são de cinco a oito casos suspeitos por dia.

A diretora da Unidade de Pronto-atendimento Infantil Sandra Celeste,  Telma de Araújo Pereira, disse que naquela unidade de saúde não se realiza internações, mas acrescentou que além de atender crianças de Natal, vem muitos pacientes de municípios da Grande Natal, principalmente de Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaiba e Extremoz. Segundo ela, além do atendimento de urgência e ambulatorial, nos casos em que as crianças chegam com viroses, o procedimento é de que elas fiquem no máximo oito horas em observação, ate que saiam os exames clínicos e elas sejam medicadas para voltarem as suas casas com recomendação de repouso.  



Fonte: Tribuna do Norte

0 comentários:

Postar um comentário