quinta-feira, 31 de maio de 2012

Revendo e saudando a prata da casa

Yuno Silva - Repórter

Entusiasta das letras potiguares, o experiente escritor Manoel Onofre Júnior, do alto de seus quase 50 anos dedicados à literatura, lança o livro "Alguma prata da casa" nesta quinta-feira, às 18h, na Academia Norte-riograndense de Letras. O título reúne ensaios e lança foco sobre autores potiguares que trilharam pelos caminhos da ficção e da crônica. Também destaca o lirismo que inspirou as obras mais relevantes de cada nome destacado por Onofre Júnior, que desde 1978 investe em compilações que evidenciam escritores do Rio Grande do Norte.
Ana SilvaEm Alguma Prata da Casa, o autor traça um roteiro pessoal sobre a literatura produzida no RNEm Alguma Prata da Casa, o autor traça um roteiro pessoal sobre a literatura produzida no RN

"Não são críticas, até por que não me julgo crítico literário, são impressões e comentários sobre alguns nomes e trabalhos que chamam minha atenção", disse Manoel Onofre Júnior à reportagem do VIVER. "O título do livro tem a ver com essas escolhas pessoais, pois não estão relacionados todos os autores de ficção do Estado", avisa. 

Para o escritor e pesquisador, autor de "Estudos Norte-riograndenses" (1978), "Salvados" (1982 e reeditado em 2002), "Ficcionistas do RN" (1995/2010) e a antologia "Contistas Potiguares" (2003), o novo livro funciona como um "roteiro para o leitor ter noção e/ou referência para encontrar e conhecer autores", adiantou. Dentre os livros citados, Onofre Júnior considera o dedicado aos ficcionistas como o mais completo: "Foi meu trabalho mais sistemático, com pesquisa aprofundada sobre o tema". Este é o primeiro livro de Manoel Onofre Júnior dedicado ao gênero ensaio - ele já publicou anteriormente títulos de artigos, crônicas e contos.

Entre os elementos líricos que inspiram escritores potiguares, o galo da torre da igreja Santo Antônio, na Cidade Alta, mereceu um capítulo à parte. O autor relacionou oito poetas seus respectivos poemas, são eles: Diógenes da Cunha Lima, 74; Francisco Menezes (1892-1989); Lourival Açucena (1827-1907); Luís Carlos Guimarães (1934-2001); Nei Leandro de Castro, 72; Nilo Pereira (1909-1992); Virgílio Trindade (1887-1969); e Zila Mamede (1928-1985).

Além de servir como uma espécie de bússola para nortear o interesse leitor a partir de uma coleção de textos publicados de forma esparsa em jornais e revistas, "Alguma prata da casa" também traz ensaios sobre o escritor e memorialista Raimundo Nonato da Silva (1907-1993); o professor, escritor e magistrado Edgar Barbosa (1909-1976), um dos intelectuais mais influentes de seu tempo e membro fundador da ANL; e o artista plástico e escritor Dorian Gray Caldas, 82. 

Outra personalidade ressaltada por Manoel foi Luís da Câmara Cascudo, sobretudo sua verve de historiador. "A atuação de Cascudo como historiador é polêmica, pois dizem que era um imaginador. Na verdade ele dá um colorido ao relatar fatos históricos, era um artista da palavra, e o importante é saber que as informações não eram adulteradas", analisa.

Segundo Onofre Júnior, que tem 26 livros publicados, Cascudo pode "não estar entre os principais nomes nacionais, mas sua importância regional como historiador é inquestionável", garantiu. Membro da Academia Norte-riograndense de Letras, Manoel ainda incluiu em "Alguma prata da casa" os discursos de saudação e boas vindas dadas aos imortais Paulo de Tarso Correia de Melo e Pedro Vicente Costa Sobrinho, ambos escritos em 2004.


Fonte: Tribuna do Norte

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