Rodrigo SenaMembros da Academia Norte-Riograndense votaram na quarta-feira à tarde para ocupação das cadeiras da ANRL
Dos 33 votos válidos, Agnelo Alves recebeu 31 e somou dois em branco; João Batista Machado também contabilizou o mesmo resultado; e Benedito Vasconcelos foi eleito por unanimidade.
"Já havia um consenso em torno do nome deles", afirmou ao VIVER o poeta Diógenes da Cunha, presidente da Academia há 26 anos. "Outros bons nomes, como Eduardo Gosson e Tomislav Femenick, declinaram da candidatura quando souberam com quem iriam concorrer", lembrou Diógenes. A escritora natalense Naide Gouveia ainda concorreu como candidata independente.
"Foram escolhas acertadas", declarou Cunha Lima. "João Machado, nosso Machadinho, por exemplo, foi repórter durante muitos anos e acompanhou os principais fatos políticos do RN nas últimas cinco décadas - Sanderson Negreiros foi o primeiro a defender seu nome. Já Agnelo Alves, brilhante repórter e grande político, lançou livros, está completando 80 anos e merece a cadeira que foi de Enélio; enquanto o pesquisador Benedito Vasconcelos, braço direito de Vingt-Un Rosado em Mossoró e criador do Museu do Sertão, ficou com a cadeira que pertenceu ao próprio amigo falecido em 2005", justificou o presidente da ANL.
O processo para a escolha de novos membros é cuidadoso, e necessita que algumas etapas sejam cumpridas antes da decisão final. De acordo com Diógenes, para ser imortal o primeiro passo a ser dado pelo candidato é enviar requerimento formalizando o interesse em se agregar ao grupo. Em seguida, o requerente precisa reunir sua bibliografia e destacar uma obra como sendo de relevante valor cultural. "A partir disso, três membros da comissão de ética da Academia analisa o pedido e encaminha para a presidência, que irá examinar se o candidato tem condições de concorrer à vaga", enumera o poeta, que considera a posição de imortal importante pela projeção conferida ao autor.
O poeta também explicou que, antes de qualquer trâmite, a vaga precisa ser oficialmente considerada vaga: "O protocolo exige que seja realizada uma solenidade em homenagem ao imortal que se ausentou para cogitar outros nomes". A abertura do pleito definido nesta quarta-feira ocorreu em 14 de março, Dia da Poesia, quando foram prestadas as devidas homenagens à Enélio Petrovich falecido em janeiro deste ano.
Em tempo, Agnelo Alves tem três livros publicados: "Crônicas de outros tempos e circunstâncias"; "Parnamirim e Eu"; e "Carta ao Humano", coletânea de crônicas escritas entre 1974 e 1982 e lançada em julho de 2011.
ACADEMIA
A Academia Norte-riograndense de Letras foi fundada em 1936 por um grupo de escritores e intelectuais liderados por Luís da Câmara Cascudo. Na época eram apenas 25 vagas disponíveis, até o modelo francês de Academias, com 40 cadeiras, ser adotado. Antes da sede própria, localizada no número 443 da rua Mipibu, em Petrópolis, a ANL funcionou no prédio que hoje abriga a agência do Banco do Nordeste na Praça Padre João Maria, Cidade Alta, e no Instituto Histórico e Geográfico do RN.
Vista como referencial literário, sua função original é dinamizar a cena cultural, sobretudo a literária - "missão nem sempre cumprida por falta de recursos", justificou Diógenes da Cunha Lima.
Fonte: Tribuna do Norte
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