domingo, 6 de maio de 2012

Especialista defende qualificação do trabalhador rural


Renata Moura – editora de Economia - Tribuna do Norte
O Brasil precisa criar programas de requalificação profissional para abrir portas aos desempregados no campo, num momento em que cada vez mais trabalhadores são substituídos por máquinas, em atividades como o corte da cana de açúcar. A tese é defendida pelo professor associado do Departamento de Sociologia e membro permanente dos Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural e de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sérgio Schneider. “Há um certo descuido do Estado com relação à qualificação do trabalhador. Mas precisamos estimular a capacitação. Buscar formas de reinserir esse trabalhador no mercado, como produtor rural ou mesmo em trabalhos não agrícolas”, analisa ele, que fará palestra às 9h de amanhã na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com o tema “Políticas públicas para o desenvolvimento rural”.
O professor Sérgio Schneider faz palestra nesta segunda em Natal
No Rio Grande do Norte, além de fatores sazonais como o período de entressafra, quando o ritmo de colheita e moagem da cana é reduzido, a mecanização tem sido apontada como uma das responsáveis por demissões que vêm sendo registradas no setor agropecuário. “Uma máquina substitui o trabalho de 100 homens”, explicou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetarn) do RN, em entrevista concedida em março à TRIBUNA DO NORTE, Ambrósio Lins.
Para o professor Sérgio Schneider, em tempos de mecanização, é preciso não só diversificar as habilidades do trabalhador, para que possa atuar em outras áreas, mas também incrementar a produção de subsistência dele, melhorar a qualidade dos produtos e a apresentação deles ao consumidor, para que os pequenos agricultores tenham condições de abastecer e ganhar espaço nos mercados locais. Na visão do especialista, a extensão rural seria um instrumento fundamental nesse processo. “Precisamos resgatar a extensão rural, que foi fortemente precarizada em alguns estados, e que essa extensão seja mais focada em desenvolver o empreendedorismo rural. Os agricultores não precisam de alguém que ajude apenas a corrigir o solo. Ele precisa de alguém que o ajude a desenvolver o produto. A desenvolver a embalagem, a se organizar em associações, a transformar a macaxeira dele, a fruta que produz”, observa.
Entidades como o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), que tem trabalhado a questão da qualidade, da competitividade e da inserção dos produtos dos pequenos agricultores no mercado, são, segundo ele, importantes para tornar o ambiente mais favorável ao setor. Mas precisam de reforço. “Temos um mundo de coisas a fazer para que esses produtos cheguem com mais qualidade ao consumidor e para, por exemplo, desenvolver espaços para comercialização nas áreas urbanas”, acrescenta.
CLIQUE AQUI PARA OUVIR NA ÍNTEGRA A ENTREVISTA, EM QUE O PROFESSOR TAMBÉM FALA SOBRE TEMAS COMO SECA E TRANSPOSIÇÃO.
Fonte: Mercado.com

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