terça-feira, 15 de maio de 2012

Crime em Nova Parnamirim: Investigação procura por pedreiros

Marco Carvalho - repórter

A Polícia Civil permanece realizando as investigações dos assassinatos de duas mulheres, registrados no início da semana passada em Nova Parnamirim. Olga Cruz de Oliveira Lima e Tatiana Cristina Cruz de Oliveira Lima foram torturadas e mortas dentro de casa, por pessoas ainda não identificadas. O inquérito conduzido pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, em Parnamirim, avança pela hipótese de "latrocínio" (matar para roubar), apesar de outras possibilidades não estarem descartadas. O próximo objetivo, de acordo com o repassado por fontes da polícia, é ouvir os pedreiros que costumavam trabalhar na residência de número 464, na rua Antônio Lopes Chaves.

Crime ocorrido em Nova Parnamirim pode ter sido latrocícnio, segundo uma das linhas de investigaçãoAdriano Abreu>>> Crime ocorrido em Nova Parnamirim pode ter sido latrocícnio, segundo uma das linhas de investigação

Um dos pedreiros já prestou esclarecimentos à Deam. A partir de agora, a polícia busca ouvir um servente de pedreiro e um adolescente que auxiliava as reformas do imóvel. Eles serão ouvidos na condição de investigados. Outras pessoas já passaram pelo mesmo procedimento. Caso seja encontrado indício que o comprometam, serão elevados à categoria de suspeitos. Caso contrário, serão liberados.

Vizinhos informaram à TRIBUNA DO NORTE que reformas constantes eram realizadas na casa. "Elas [Olga e Tatiana] juntavam um dinheirinho e chamavam os pedreiros. Quando acabava, o serviço era interrompido e só retomando quando havia mais dinheiro", informou uma comerciante que mora próximo ao local da ocorrência. Ainda de acordo com informações de pessoas que terão a identidade preservada, uma reforma estava sendo realizada na casa próximo à data do crime.

A Deam buscou ouvir inicialmente quem conhecia a rotina da família, de forma a estabelecer o cotidiano das vítimas, assim levantando dados de relevância. Agentes da Deam são auxiliados por equipes da Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom) na busca por evidências do caso. 

Dinheiro

Umas das linhas de investigação, com a qual a Polícia Civil trabalha, é a hipótese de latrocínio - quando se mata para roubar. Equipamentos como filmadora, computador portátil, joias e o carro foram levados da residência das mulheres assassinadas. O que intriga os investigadores, no entanto, é a crueldade com a qual os criminosos mataram as vítimas. Há registro de torturas e diversas facadas nos corpos de Olga e Tatiana. O que reforça a tese de que bandidos procuravam algo de valor na casa é o fato de uma das vítimas ter recebido cerca de R$ 30 mil dias antes de o crime ter sido registrado.

A TRIBUNA DO NORTE noticiou na edição do sábado passado que Olga Cruz de Oliveira recebeu, a título de indenização, R$ 28,5 mil. O processo de número 0031372-20.2009.8.20.0001 representa uma ação conjunta, em que as 30 partes autoras ganharam a causa contra uma companhia de seguros. 

A decisão favorável, que incluía Olga, foi publicada no dia 20 de abril passado. O juiz da 11ª Vara Cível da Comarca de Natal, Geomar Brito Medeiros, estipulou uma indenização R$ 855.142,89 a ser dividido pelos 30 autores. A motivação seria a entrega de casas avariadas e os recursos eram exigidos na Justiça para que consertos fossem realizados.

Fechada a entrevistas, a polícia não havia comentado a possibilidade de os bandidos estarem procurando a quantia de dinheiro na casa das mulheres ou as obrigando a retirar o dinheiro do banco. 

MP garante medidas de proteção para testemunha

A menina de 10 anos de idade, única da família a sobreviver à ação dos criminosos, pode ter testemunhado o assassinato da mãe e da avó. A criança foi encontrada vagando pela rua próxima à residência, momentos após o crime ter ocorrido. O forte impacto emocional motivou o Ministério Público a tomar atitudes. Através da Promotoria da Infância de Parnamirim, o MP destinou acompanhamento psicológico e jurídico para a menina e os seus familiares. O primeiro atendimento com um psicólogo ocorreu durante a sexta-feira passada.

Além disso, o Ministério Público tomou medidas para garantir a vida da testemunha ocular do crime. "Os autores do assassinato  podem querer procurá-la para revidar, pelo fato de ela poder ter assistido a tudo. Tomamos todas as medidas para garantir a sua vida", informou a promotora de Justiça, Isabelita Garcia. De acordo com ela, é importante se precaver. Para Garcia, a situação registrada foi extremamente grave e complexa. "É importante que se destine atenção prioritária. Fizemos isso no tempo hábil e os acompanhamentos já estão ocorrendo".

A promotora de Justiça não repassou detalhes do atendimento à criança, de forma a protegê-la. Questionada se haveria necessidade de uma intervenção e a menina passar a ficar sob proteção diuturna do Ministério Público, a promotora disse que o atendimento destinado tem sido o suficiente. "Não há necessidade, no momento, de se modificar a proteção que foi disponibilizada para ela. Se houver qualquer modificação, iremos analisar uma intervenção", disse. Isabelita acrescentou que tem mantido contato direto com a polícia para tomar as medidas cabíveis para a defesa e bem-estar da criança.



Fonte: Tribuna do Norte

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