Legados da Copa 2014

A Arena das Dunas, na foto, é apenas um dos legados da Copa 2014 no Rio Grande do Norte.

Desde 2008, quando o Brasil foi escolhido pela FIFA para sediar a Copa do Mundo 2014, os setores público e privado vivem a euforia desta oportunidade. Em 2009, foram escolhidas as cidades sede, e esta mobilização se desdobrou territorialmente, pois a partir deste momento os jogos passaram a ter endereço.

Natal vive este momento de forma diferenciada. Isso porque lá foi preciso integrar as forcas públicas e privadas do estado, em especial no município de Natal, para aproveitar as oportunidades geradas pela Copa 2014.

Em 2010, o estado passou por um momento de dúvida quando nenhuma proposta para construção da Arena das Dunas surgiu. Então, havia um vazio, que serviu de energia para mobilização das forças vivas locais.

Hoje, estado, município e empresários, apoiados pelo Governo Federal, estão emanados num mesmo propósito: o de mudar a cidade e o estado. No Rio Grande do Norte, existirá o antes e o depois da Copa. Estão previstos investimentos na ordem de R$ 4 bilhões em obras (arena, aeroporto, porto, mobilidade urbana, construção de novos hotéis etc.).

Investimentos x legados

Todo este movimento aponta para três tipos de legado:

• Infraestrutura;
• Social;
• Oportunidades de negócios.

O mais visível e questionável é o da infraestrutura. Se num momento traz transtorno e custo, no outro antecipa investimento, e com isto melhora a prestação de serviços públicos.

Na parte social, os pontos mais relevantes são a geração de postos de trabalho e a capacitação e qualificação de recursos humanos. Só em Natal serão necessários 4 mil voluntários durante a Copa do Mundo 2014.

Natal ainda tem outros fatores que contribuem para o legado no município e estado: o setor hoteleiro tem 27 mil leitos; a localização geográfica é favorável, pois é o ponto brasileiro mais próximo da Europa, Estados Unidos e África; e a hospitalidade do seu povo é conhecida. Certamente, estes pontos foram fundamentais para a escolha de Natal.

Marca Natal

Mas se nada fosse feito na cidade, já seria muito bom o legado da “marca Natal”, que seria fortalecida no mundo como um bom destino para visitar, e do avanço tecnológico, já que todo o município passará a ter acesso à internet via sinal wireless gratuito. Só estes dois pontos já seriam justificariam os investimentos públicos nas obras para a Copa, mas com certeza não ficara só nisto.

Estudos realizados na Alemanha e África do Sul pela FIFA demonstram que, no médio prazo, se incorporam o legado do turismo em padrão internacional, reconhecimento como país e o desenvolvimento das regiões por onde circularão os torcedores. No longo prazo, fortalece-se a imagem do país e a conquista-se a melhoria da infraestrutura.

É por conta deste cenário, no qual florescem oportunidades de negócios em vários segmentos produtivos, que o Sistema Sebrae desde 2009 vem atuando nas 12 cidades-sedes.

A instituição está identificando oportunidades de negócios para empreendedores individuais e empresas de micro e pequeno porte, a fim de não deixar que elas percam estas chances de crescer, lucrar mais e se tornar competitiva.

Em Natal, não esta sendo diferente! O Sebrae já está desenvolvendo iniciativas e criando diversas oportunidades de negócios nos setores de Turismo, Construção Civil, Floricultura, Agronegócios (produtos orgânicos), Confecção (produção de bonés) e Comércio Varejista.

* Paulo Alvim é gerente da Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros do Sebrae.

Fonte: Sebrae