Decisão sobre fim da greve sai no final da tarde

O desembargador José Rêgo Júnior, do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-21), informou que só vai ter uma decisão no final da tarde com relação ao pedido de providências para pôr fim à greve dos ônibus de Natal. Pela manhã, o desembargador esteve em sessão plenária e não pôde julgar o pedido, que foi protocolado às 8h30 pelo procurador do trabalho, José Diniz de Moraes. O procurador mediou ontem uma audiência de conciliação com intuito de dar um fim à greve. Os motoristas e cobradores estão irredutíveis e se negam a cumprir decisão judicial de manter uma frota mínima circulando nas ruas da
capital. 

Ainda hoje Rêgo Júnior vai se reunir com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do RN (Sintro), Nastagnan Batista, e com algum representante do Sindicato das Empresas Transportadoras de Passageiros do Município do Natal (Seturn). "Estou analisando com cautela o pedido do Ministério Público do Trabalho e vou me reunir com os dois
sindicatos para dialogar. Só terei uma decisão oficial no final da tarde de hoje", declarou o desembargador.

O pedido protocolado pelo MPT inclui a imediata suspensão da greve, e não a prisão de ninguém imediatamente. Se a medida não for acatada até a data-limite 23 de maio, a multa que incide sobre o Sintro aumentará para R$ 50 mil. Atualmente o valor é de R$ 25 mil por dia de descumprimento. "Na remota desobediência", destaca o procurador no pedido, ai sim ele solicita a prisão
do presidente do Sintro, Nastagnan Batista. 

Irredutíveis

Após assembleias individuais com motoristas e cobradores de cada uma das sete empresas de ônibus de Natal na manhã desta quarta-feira, 16, a direção Sintro decidiu manter a greve dos ônibus da capital e região metropolitana. Segundo a vice-diretora do sindicato, a cobradora Maria da Paz Dantas, os trabalhadores se mantém "irredutíveis e não vão trabalhar" enquanto os empresários de ônibus não oferecerem uma proposta que agrade a categoria. Eles voltam a se reunir
hoje à tarde, às 16h, na sede do sindicato, no Baldo, centro da capital. Nastagnan não foi localizado. 

Nas garagens das empresas, os trabalhadores continuam reunidos, mas por enquanto a Polícia Militar desmente que haja tumulto, como foi divulgado nas redes sociais. Os rodoviários paralisaram as atividades desde a segunda-feira, 14, e pedem um reajuste de 14,13%. Inicialmente o Sindicato das Empresas Transportadoras de Passageiros do Município do Natal (Seturn) ofereceu apenas a reposição da inflação, 4,88%, mas ontem disse no MPT que poderia oferecer reajuste de 6% no salário e mais 6% nos vales-alimentação. 

Aparentemente a meta é frota zero. Segundo o Sintro, os motoristas e cobradores do turno A (manhã) recusaram a proposta. "Já passamos em todas as sete garagens e a categoria está unânime. E eles também não querem acatar a decisão judicial de colocar frota mínima", disse a vice-diretora Maria da Paz, se referindo à decisão da justiça do trabalho de funcionamento de 70% da frota em horários de pico, e de 50% nos outros horários. 

Na garagem da Guanabara, cerca de 300 funcionários estiveram reunidos ontem pela manhã. David Carapuça, motorista da linha 84, que faz o itinerário Soledade/Petrópolis, disse que a categoria está indignada com a falta de uma proposta de aumento salarial e de melhores condições de trabalho. "A paralisação é geral porque os empresários não querem entrar em acordo. Assim
como eles estão sendo intransigentes conosco, estamos sendo intransigentes com eles", frisou. Ele disse que os colegas de trabalho se mantém em greve, mesmo com decisão em contrário da justiça. "Não vamos abrir enquanto não houver uma proposta aceitável".


Fonte: dn online